terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Dança do Ventre

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Etimologicamente, o termo Dança do Ventre é a tradução do inglês americano Belly Dance, mas sendo conhecida também como “Racks El Sharqi”- literalmente “Dança do Leste”.

É considerada e aceita como uma dança cuja essência é de predominância egípcia, tendo tido passagem, segundo se acredita, pela Arte Religiosa do Antigo Egito. Existe uma grande possibilidade de ser esta dança, mais remota que os próprios faraós. E não há registros nos papiros sobre ser sua origem egípcia, como alguns ainda pensam.

Seu surgimento seria de mais ou menos 7000 anos atrás, relacionado aos cultos primitivos da Deusa-Mãe (recebendo os nomes de Gaia para os gregos; e personificada sob as formas de Nut, Isis e Hátor para os egípcios): tinha relação com o matriarcado e provavelmente por este motivo, os homens eram excluídos de seu cerimonial (Portinari, 1989).

Sabe-se que sob antigas formas de expressão, e diferentes dos movimentos atualmente executados, foi praticada no Antigo Egito, Babilônia, Síria, Suméria, Pérsia e Grécia Antiga, visando através dos cultos de louvor, o preparo de mulheres para se tornarem mães (Penna, 1997).

Assim sendo, teses existem que supõem seu surgimento até mesmo entre povos nômades da Arábia ou península do Sinai. Outros pesquisadores defendem que ela poderia ter surgido em diversos locais ao mesmo tempo, tendo sido levada a diversas partes do mundo antigo, pelos mais variados grupos de ciganos.

Atualmente é uma dança desenvolvida mais freqüentemente por solistas, sendo preparada em trabalhos sofisticadamente coreografados ou improvisados.

Os fatos históricos dizem que ela progrediu da esfera religiosa para uma forma de dança de entretenimento.

Seja como for, apesar da escassa documentação científica sobre sua origem, é possível tecer parâmetros de indicação que satisfaçam, temporariamente, a sede de conhecimento e o espírito de investigação de muitos que queiram desvendá-la.

Notemos, brevemente, que na linha do tempo, é possível organizar o pensamento analítico sobre os períodos históricos, e ajudar a montar o quebra-cabeça, tecer o fio que compõe a malha do contexto em que ela provavelmente surgiu.

Quanto mais o tempo passa, mais informações e hipóteses são traçadas sobre a História da Dança no Oriente – em nosso caso, sobre a Dança do Leste.

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No período Pleistocênico/Paleolítico (Idade da pedra Lascada ou Antiga): o homem teria surgido há aproximadamente um milhão de anos, como hominídeo. Este período é o mais longo da linha do tempo. O homem desconhecia a agricultura e a criação de animais; era nômade, e a fase mais importante deste período foi a descoberta do fogo.

No Holoceno/Neolítico (Idade da Pedra Nova ou Polida): o planeta passava por alterações climáticas que influenciavam diretamente na vida do homem. Ele passa a viver em grupos e a cultivar o próprio alimento como também passa a domesticar animais. A vida sedentária lhe abre novas oportunidades de descobertas: a invenção da roda para viabilizar o transporte, a construção de habitações em áreas irrigáveis por rios para a manutenção da agricultura e a elaboração de objetos cerâmicos, são algumas das novas atividades do homem deste tempo, além da latente religiosidade movida por misticismo e superstições, e chefiada por guias espirituais, o que favoreceu as danças rituais. Esta é a Revolução Agrícola (Cenci, ____).
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Na Idade do Bronze, 3000-2000 ª C.: o homem transforma suas aldeias em cidades, surgem artesãos, mercadores, sacerdotes e guerreiros.

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A dança é a mais antiga arte praticada pelo homem, antes mesmo de polir a pedra.

Se por probabilidade, a Dança do Ventre surgiu há 7000 anos atrás, ou seja, 5000 ª C. – Pré-História – isto significa que é uma dança primitiva, e que também pode ser enquadrada nas categorias de dança da Era Primitiva, podendo-se presumir que é uma Dança do Neolítico.

Relaciona-se muito a Dança do Ventre ao Egito. É o berço atual dela. Os egípcios foram uma civilização pré-histórica, e mesmo com a conquista árabe, deram sua contribuição para personificar a Dança do Ventre em sua cultura, que vem sendo preservada como relíquia histórica desde a mais remota Antigüidade. Ela sobreviveu a todas as manifestações contrárias à sua perpetuação.

Algumas informações associam a mesma à fertilidade e à maternidade. Acredita-se, assim como nos ritos de fertilidade, que no Antigo Egito tenha também assumido a forma do culto aos deuses.

Conforme se sabe atualmente, os árabes egípcios são os que mais a divulgam pelo mundo, num clima mais festivo e caracterizado à cultura árabe. Há mesmo a hipótese de que se roubassem essas mulheres (que eram as dançarinas sagradas dos templos) para dançar para os sultões. Sabe-se que na Índia, as dançarinas sagradas foram isoladas pelos conquistadores árabes, obrigando, com o tempo, a vulgarização de sua arte.

A Dança do Ventre, por ser milenar, foi muito influenciada por grupos étnicos do Oriente. Em diferentes regiões, lhe eram atribuídas interpretações que lhe acrescentavam significados regionais. Nasciam então, elementos etnográficos característicos como nomes diferentes, geralmente associados à região geográfica em que se encontrava, com trajes e acessórios modificados; elementos funcionais como regras sobre em quais ocasiões se deveria dançar determinados tipos de dança (celebrações, casamentos, etc); elementos musicais regionalizados, como melodias, instrumentos, ritmos; elementos cinesiológicos que se modificaram como os passos básicos, a posição do corpo e variações da dança, quais formações e improvisações que poderiam ser aplicadas. A quem quiser compreender melhor isso, é indicado um estudo sobre danças folclóricas.



FONTES:

Cenci, Cláudia. História da Dança do Ventre. In: Dança do Ventre [monografia em formato eletrônico CD ROM].

Hassam, Faiza. Beauty and the beat. Ahram. [jornal eletrônico] 2000; 1(1). Disponível em: . [2002 Mar 17]

Penna, Lucy. Dance e Recrie o Mundo. São Paulo: Ed. Summus, 1997.

Portinari, Maribel. História da Dança. Rio de Janeiro: Ed. Nova Fronteira, 1989.

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